Transtorno de ansiedade, a história de Rosana

O Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo, e o quinto em casos de depressão.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade, e a depressão afeta 5,8% da população.

A ansiedade é um problema de saúde pública que a dona de casa Rosana (nome fictício), de 42 anos, conheceu a fundo.

Demorou para entender

Ela começou a ter os primeiros sintomas aos 20 anos, alguns dias após o nascimento de sua primeira filhinha:

– Minha filha foi muito desejada. Mas, algo estava errado para mim. Era para eu me sentir feliz, mas estava triste e ficava me culpando por isso. Não conseguia comer nem dormir direito. – Disse-me ela, em nossa primeira consulta.

Rosana procurou ajuda médica e após muitas consultas obteve o diagnóstico: transtorno de ansiedade.

Depois, ela ainda foi diagnosticada com depressão e síndrome do pânico.

– A medicação me ajudou a controlar os sintomas, mas até hoje sinto um peso e uma tristeza muito profundos, além da culpa enorme em relação a minha filha. 

Não sentir é diferente de curar

O que Rosana percebia é comum a muita gente: o remédio a ajudava a realizar as tarefas diárias normais, como cuidar da família e da casa, mas por dentro, sabia que tinha alguma coisa errada.

E ela tinha medo de parar a medicação e aquele monstro simplesmente saltar para fora e a devorar de novo.

Porém, quando comentava isso com seu psiquiatra, tudo o que ela ouvia era “você é doente e precisará tomar isso pelo resto da vida”.

E com o passar dos anos, estava cansada de trocar de remédios, trocar de médicos, testar drogas novas ou aumentar tanto uma dosagem a ponto de ficar vegetando por horas na cama, sem vontade de levantar.

Conversando com outras pessoas que passavam por experiências semelhantes, percebeu que se não curasse as feridas emocionais que a atormentavam há anos, poderia se dopar até cair, mas nunca estaria realmente curada.

Olhando para um humano

Percebeu que normalmente ela era vista como uma pessoa “doente”, isto é, como alguém que não tem solução a não ser abafar ou aliviar os sintomas, tendo que ficar calada e aguentar sozinha.

Incentivada por suas amigas, começou a participar de encontros de terapia em grupo, oferecidos na comunidade em que morava, e percebeu, pela primeira vez em muitos anos, que todos os médicos em que ela ia só olhavam para sua dor, mas nunca olhavam para ela: mulher, mãe, sozinha.

– Era como se tivesse algo podre e fedorento dentro de casa, mas ao invés de me ajudarem a descobrir, me diziam para fechar o nariz e seguir em frente, além de tomar uma farmácia inteira – Rosana ainda conseguia rir do próprio sofrimento -.

A terapia em grupo lhe ajudou a olhar para sua história, para seus pais, para seu casamento falido, para o peso de ser uma mãe solteira.

Percebeu que se não resolvesse sua atual relação com o passado, não teria paz.

E, embora o grupo estivesse lhe ajudando, inclusive a ponto do médico cortar metade da medicação, queria ainda mais.

Até que conheceu meu trabalho pelo Instagram.

O sacrifício por amor aos iguais

Após uma longa sessão, Rosana finalmente compreendeu o que estava por trás de tanta dor.

Seu pai abandonou sua família quando ela ainda era pequena, e sua mãe teve que dar duro para sustentar a casa, até que veio a falecer precocemente, com uma vida inteira de trabalho árduo e sem amor.

E a pequena Rosana, vendo e participando de tudo aquilo, mesmo sem perceber racionalmente o que acontecia, adaptou-se de tal maneira que, vinte anos depois, quando sua filhinha nasceu em uma condição muito parecida (Rosana foi mãe solteira), automaticamente o velho condicionamento emocional surgiu, e ela não tinha outra opção a não ser fazer o que já sabia fazer.

Este é o tipo de aprendizado mais forte e mais resistente: aquele em que o ser humano (principalmente, mas não exclusivamente, a criança) por uma questão de sobrevivência, passa a se adaptar a uma situação e, ao menor sinal, seu sistema nervoso reage impulsivamente.

Afinal, se a estratégia deu certo uma vez no passado e a pessoa sobreviveu, então, basta refazer agora.

Economia de energia plena!

Reflexão

A Terapia de Reintegração Implícita (T.R.I.) não é sobre procurar “causas” ou “culpados”, mas trazer à tona o condicionamento emocional que faz a pessoa se colocar em papéis que sempre dão no mesmo resultado: o sofrimento.

A terapia com a Rosana não foi apenas isso que escrevi acima, e minha intenção não é narrar o que aconteceu com ela, mas sim, mostrar para você o quanto seguimos padrões familiares sem percebermos, e que apenas tapar o sol com a peneira, esquecendo o que está dentro, não é a solução definitiva.

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